O sistema de arrefecimento é uma parte vital para qualquer veículo. Durante o funcionamento do motor, cerca de 60% da energia contida no combustível se transforma em calor. Uma boa parte sai pelo escapamento e o restante precisa ser dissipado pela água, óleo e ar.
Por essa razão, durante o verão e também nas cidades com maior congestionamento, é preciso deixar tudo em ordem para o motorista não ficar pelo caminho. A falha em um componente simples e barato, como um relé, pode dar um grande prejuízo aos proprietários de veículos.
Neste post, vamos falar sobre os principais problemas do sistema de arrefecimento, como identificá-los na hora do reparo e a importância de explicar ao seu cliente todas as vantagens de realizar uma manutenção preventiva. Acompanhe!
Nos veículos atuais, grande parte dos problemas é gerada pela falta de cuidado ou perda de parte do líquido de arrefecimento. Muitos motoristas se acostumam com a situação, ficam completando a água e, numa utilização mais severa, o prejuízo certamente chega.
Veja quais são os problemas que aparecem com maior frequência!
Um cuidado básico, mas que a maioria das pessoas ignora, é realizar a troca preventiva do fluido. O ideal é abastecer o sistema com uma mistura de água desmineralizada e o aditivo recomendado pelo fabricante do veículo na proporção correta. Desconfie de aditivos baratos!
Sempre que receber um veículo na oficina e notar que o líquido está comprometido, explique para o cliente a importância de manter tudo em ordem. O gasto é pequeno e, quando não há a correção, esse problema deixa o caminho aberto para a corrosão danificar várias peças.
Esse problema acontece principalmente nos encaixes das mangueiras e tubulações, na união da colmeia com as caixas plásticas do radiador, no reservatório de expansão, nos selos do motor, no sistema de ar quente, na bomba d'água e, num caso mais grave, na junta do cabeçote queimada.
Na hora do diagnóstico, fique atento se o vazamento não é pequeno e está caindo sobre uma parte quente do motor. Essa situação pode confundir bastante. Se o carro estiver usando o aditivo corretamente, veja se não ficaram marcas onde o líquido está evaporando.
Também é fundamental fazer um teste de estanqueidade no sistema, usando uma bomba com manômetro. Na maioria dos veículos, a pressão de trabalho é 1,4 bar. Outro cuidado muito importante é verificar o funcionamento da tampa do reservatório.
Algumas das muitas peças que formam o sistema de arrefecimento costumam ser mais problemáticas do que outras. Então, é bom começar o diagnóstico por elas. Vamos relembrar quais são?
Responsável por controlar o fluxo do líquido de arrefecimento dentro do motor, é uma velha conhecida dos mecânicos. Por ser lendária, a informação de que a válvula termostática pode provocar superaquecimento, alguns donos de carros insistem em removê-la do sistema. Mas isso não é recomendado e seguramente vai gerar outras falhas.
Para realizar um diagnóstico rápido, observe que na fase de aquecimento do motor deve haver uma diferença de temperatura entre as mangueiras de entrada e saída. Depois, quando a válvula inicia a abertura, as mangueiras devem ficar com temperaturas semelhantes.
Nos veículos que usam marcador de temperatura com escala, pergunte ao cliente se o ponteiro fica oscilando, principalmente na estrada ou no trânsito. Na dúvida, faça um teste de rodagem. Durante esse momento, a temperatura indicada no painel não deve oscilar.
Nos veículos modernos, o eletroventilador costuma ser acionado de duas formas: pelo interruptor térmico (o famoso"cebolão") ou pelo módulo da injeção eletrônica, a partir da informação enviada pelo sensor de temperatura.
Para testar o primeiro acionamento, basta realizar um jumper nos dois terminais. No segundo, o ideal é conectar o aparelho de diagnóstico e efetuar a sua ativação no teste de atuador. Se não entrar em funcionamento, será preciso verificar a parte elétrica.
O radiador costuma ter problemas bem visíveis: vazamentos, trincas nas partes plásticas, obstrução interna ou deficiência na troca térmica. Faça uma inspeção cuidadosa em todo o componente, veja o estado das aletas e teste o fluxo interno com água sob pressãoo.
Na bomba d'água, fique atento aos sinais de vazamentos, problemas (folga ou barulho) no rolamento, desgaste por corrosão ou danos ao plástico do rotor e ainda falhas no sistema de acionamento, seja por polia e correia ou par de engrenagens.
É outro ponto do sistema que merece uma inspeção cuidadosa e a troca preventiva ao menor sinal de problema. Se você notar que alguma mangueira perdeu a flexibilidade, está com microtrincas ou tem crostas internas, não deixe passar e substitua.
A seguir, confira se as abraçadeiras estão em ordem, sem sinais de corrosão ou parafusos espanados. Na hora da troca, siga sempre o modelo original do veículo. Para completar, também verifique as tubulações, principalmente as conectadas no motor.
Falhas no sistema de arrefecimento costumam causar grandes problemas e enormes prejuízos. Fale com os seus clientes sobre a importância da manutenção preventiva e de uma atenção frequente. São atitudes que poupam dinheiro e deixam o carro sempre em ordem.
A maioria dos defeitos acontece devido ao mau estado do líquido de arrefecimento. O aditivo melhora a troca térmica, eleva o ponto de ebulição e ajuda a prevenir a oxidação. A troca deve ser feita sempre nos intervalos recomendados pelo manual do veículo.
Hoje em dia, não existe mais aquela necessidade semanal de completar a água do radiador. Explique aos clientes que, se isso estiver acontecendo, algo está errado. Também não se deve usar água de torneira no sistema ou completar o reservatório "até a boca".
Barulhos estranhos podem indicar que existe algum problema com a bomba d'água ou no seu sistema de acionamento. O ponteiro da temperatura também não pode ficar oscilando. Oriente o dono do carro que, ao notar qualquer anormalidade, é bom passar na oficina.
Outro problema muito comum é o marcador de temperatura não informar o superaquecimento do motor quando um grande vazamento esgotou o líquido de arrefecimento. Então, além dos alertas do painel, o motorista precisa ficar atento a outros sinais.
Alerte os seus clientes que, ao notar vapor saindo do capô ou se o motor passar a "grilar" sem parar de uma hora para outra, o ideal é desligar o carro imediatamente. Quem insiste, além de ficar pelo caminho, acaba com uma conta enorme na reparação.
Fonte: Nakata